quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ontem eu tinha tão belas palavras no meu pensamento, eu via em cada uma delas um brilho próprio, uma luz única em cores hipnotizantes. Eu pareço cada vez menos apto a cumprir alguns objetivos sociais; o que me faz pensar que pessoas como eu merecem um objetivo razoavelmente mais intenso por conta dos excessos e das ausências peculiares a cada um de nós.

Minhas expressões artísticas continuam distantes, mas cada vez menos. Em contrapartida a isso a minha capacidade de dividir minhas idéias e inspirações parece cada vez mais restrita no meio em que vivo. Esse fato põe em cheque uma diversidade de questionamentos os quais eu prefiro não citar de forma explicita nesse texto.

As vezes eu funciono como uma maquina, mas uma maquina tão humana que não é capaz de manter o mesmo ritmo o tempo todo e assim, a exemplo da vida que é absurdamente desregrada eu consumo os instantes em que meu êxtase ocorre.

Sem nem saber que o que não digo também faz parte de toda a composição.

O tempo que me sobra entre todos os ruídos que eu alcanço e reproduzo nesse espetáculo efêmero e único da minha sinfonia individual e voraz.

Ontem eu tinha tão belas palavras no meu pensamento e além de belas elas tinham objetivo. Compunham coletivamente uma ideia estruturada e desenvolvida, traduziam o que se passava em mim naquele e em tantos outros instantes.

Minhas expressões artísticas estão sempre a um passo de aflorar, a um segundo de acontecerem, a um centímetro de distância.