terça-feira, 22 de novembro de 2016

estou enjaulado com meus piores demônios
e eles não me odeiam
eles me amam.
eles me seduzem
eles me beijam
eles me enganam
querem que eu permaneça ali
sob seu domínio
hipnotizado em sua falsa realidade
preso em sua teia de ilusões
eles querem que eu morra lentamente
querem que eu me esqueça do mundo que há além dali
além desse delírio
além desse êxtase calculado para me cegar
querem se alimentar do meu desejo
querem propagar a minha dor
querem me fazer morrer mil vezes a mesma morte
eles olham no fundo dos meus olhos
acariciam meu rosto
sorriem
tentam me fazer crer que eles são o melhor pra mim
se vestem de corpos
copiam o passado
quase me vencem
eles sabem quem eu sou
o que quero
onde falho
o quanto cedo
meus piores demônios
me deem as mãos
me abracem

eu vou tirá-los daqui

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

sou um homem em uma missão:
me encontrar.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

finja que eu
nunca senti
nada daquilo

finja que eu
nunca soube
disso tudo

finja que nós
nunca nos vimos
tão de perto

me responda
qual é o limite do vazio
qual foi a vez que mais doeu
em quantas noites fez falta
em quantas outras estava lá
debaixo de tudo
dos olhos, dos copos, das línguas
como uma antiga maldição
uma cicatriz
um câncer incurável
como se ainda fosse o núcleo interno de ferro e níquel ardendo no centro do seu mundo sem orbita na imensidão de todas as possibilidades do acaso

finja que
nunca sentiu
nada daquilo
tão de perto





terça-feira, 1 de novembro de 2016

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