quarta-feira, 29 de setembro de 2010

sem ponto final?

A cabeça quase explode. A liberdade já foi liberta e o adeus nunca será eterno. Eu sigo em busca do que eu nem sei se é certo, mas ainda assim é aqui e agora tudo o que eu quero. A cabeça quase explode e eu queria ter dito muito mais do que só aquilo. A liberdade foi experimental e eu sei o que quero e posso ser. Eu sigo em busca do que eu não sei se você também quer. Tudo me traz você á mente, mas os nossos caminhos se desviam por caprichos irreverentes. Eu ainda consigo sorrir, correr, lembrar e ás vezes até esquecer. O que eu não consigo, é deixar de querer te ter

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O mar arranca de mim

Em lugar nenhum existe a procura de uma resposta tão profunda quanto á de um amor que não se fez ser.

domingo, 19 de setembro de 2010

néctico

Vinham de todos os lados. Enquanto tudo transcendia aquele simples momento, enquanto tudo se tornava uma coisa só, uma coisa simples, uma coisa fácil, mas nunca uma coisa exata. Vinham diziam, faziam, perseguiam enquanto eu apenas procurava algo que me ensinasse mais sobre o que eu realmente quero, e foi assim que eu encontrei mais um pouco de mim.

Sóbrio. Sobravam respostas pra todas as perguntas que eu não fiz a ninguém. Eu vi. Eu estava e eu fiquei e fui. E eu não escondi em momento algum ou neguei. Sóbrio demais em meio a tanto, em face ao tudo, em vista ao ato. Lá e cá, dono do meu próprio lugar.

Distante, mas ainda assim tão dentro que fazia parte de cada universo que colidia ao som do momento. Tão sem necessidade alguma, tão sem pudor, sem obrigação. Apenas só e só em si tão completo que atiçava a fome, que esquentava a carne, acelerava o coração e fazia salivarem as bocas tão loucas daquelas outras nem assim tão poucas que desejavam o lugar que eu guardo a quem (me) fizer por desejar.

Toda incompatibilidade coexiste. Cumprimentos dados, saudações em meio ao silêncio. Parece que todos sabem, parece que eu chego cada vez mais perto, mesmo que eu não me mova, mesmo que eu não me esforce tanto quanto poderia. Parece que eu sei o que faço e que sabem do que eu sou capaz de fazer.

E digo pra manter o sangue quente e a alma em paz, eu fui e você não estava lá.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

a pena

Paro pra te olhar, vou até lá, chego perto e volto. Eu não digo nada, nem sequer te mostro meu nome ou telefono no meio da tarde. Eu apenas...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

dê partida

Eu não tenho pra onde ir. Eu me engoli diversas vezes, eu resisti, eu me neguei a ceder ás minhas vontades. Eu me calei. E de tão silêncio eu fui capaz de me tornar ruidoso, eu fui capaz de me tornar pedaço de qualquer vontade minha ou que me fosse conveniente. Eu me tornei partes de mim mesmo, partes capazes de se completarem pelo simples fato de serem apenas partes e cada uma delas trouxe algo novo pra que eu pudesse agregar ao meu todo e sempre incompleto eu.

A velocidade que ás vezes necessito ter, a sabedoria que busco em tudo o que me passa, os sentimentos que me permitem entender a minha existência. Lento, pesado e intenso, veloz, leve e vago. Tanto faz. Eu encontro a forma de acordo com a necessidade de ser, mas ainda assim, sou sempre o mesmo. Uma certeza mutável ou até mesmo uma duvida intransigente. Só mais um gole, cada vez menos. Cada vez menos, mas nunca nada.

Não sei o que me leva a escrever, eu nunca uso uma certa palavra, mas eu ainda assim escrevo sem ela o que com ela eu tenho em mente. É uma limitação disfarçada de estilo ou é algo que eu ainda nem sei explicar o que é? Tanto faz, mais uma vez, tanto faz.

Começo a sentir falta das ruas antes mesmo de deixá-las. Acho que minha melancolia antecipada já me indica qual será o meu destino. Eu vou mesmo fazer isso? As certezas não são tão certas e ainda existe o medo de não ser mesmo capaz de lidar com tudo o que isso ira acarretar, mas quem serei eu se eu não me permitir ser eu mesmo de uma forma ainda mais bruta e ao mesmo tempo mais concisa?

Tem horas em que eu queria saber se eu estou mesmo fazendo as coisas do jeito certo. Tem horas em que eu queria simplesmente poder enxergar o meu futuro se eu for por esse ou por aquele caminho, antes de tomar minha decisão. Eu queria ter certeza de que posso mesmo ser assim tão descaso pra certas coisas e tão interesse pra outras. E se não der em nada?

O tempo só corre. Socorre! Socorre aqui que eu preciso de ajuda! Mas ele nem ouve. Ele nem liga, ele passa e me faz virar passado enquanto o meu futuro se torna cada vez mais presente e eu ainda assim continuo estático e abismado. Puta que pariu, pra onde eu vou? Isso vive se repetindo dentro da minha cabeça. O que é que eu vim fazer aqui? Qual é o meu motivo em existir? A única pergunta com algo próximo de resposta é: O que eu gostaria de ser? E tem outra que já não é mais pergunta, é quem eu sou mesmo. Eu sei quem eu sou. Mas eu não tenho pra onde ir, ou será que tenho?

Eu já começo a sentir falta das ruas...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

compartilhado

Tudo o que era belo ficou pra trás. Os dias sem nenhum compromisso se não o de se entreter e se encontrar no meio de coisas tão grandes quanto eu pudesse me achar ser entre meus delírios. Tudo ficou pra depois, pra nunca mais, pra sempre. Onde é que eu estou agora? Quem eu sou entre todos esses mundos? Como eu posso fazer com que as coisas ganhem novos sentidos e intensidades? As perguntas voltam, eu retorno ao ponto em que já estive e por mais que meus olhares não sejam mais os mesmos, ainda assim eu não encontro o meu lugar.

Enquanto eu busco um onde ser pro meu como sou a vida corre. Dinheiro pra compra felicidade, dinheiro pra financiar a liberdade, dinheiro pra sustentar as vidas que vivo e a qual eu dei a oportunidade de ser. Dinheiro pra que eu possa ser reconhecido, pra facilitar as coisas, pra pagar as contas e compra comida. Dinheiro pra que eu possa viver a minha vida. Mas eu não quero viver pra ele ou por ele. Eu não quero deixar de acreditar no que persigo, eu não quero me render e me tornar tão frio e tão escasso que seja impossível reencontrar em mim tudo o que eu sinto hoje.

Minha revolução é lenta. Eu ainda não sei onde estou então pra que definir assim tão apressadamente pra onde vou? Tudo o que ainda pode ser belo á minha frente. Tudo o que um dia eu quero, mas que ainda está longe do meu alcance e por mais que eu insista, eu já quase não vejo caminhos que me levem até isso. Tudo poderia ser bem mais simples eu sei, mas eu optei por isso, irracionalmente eu tracei meu destino a mando do acaso e não quero e nem sequer preciso me lamentar, me martirizar ou me fazer de vitima. E só que ás vezes eu queria que pudessem me entender, que pudessem saber como é estar onde eu estou ou no mínimo aceitar que eu tenha as minhas próprias convicções. Eu preciso me libertar, mas isso não pode custar tudo o que eu prezo em mim.

O tempo corre e eu não saio do lugar. Eu que nunca soube bem o que era o futuro. Eu que nunca dei muita importância pro depois. Eu que simplesmente segui os caminhos que se abriram pra mim, contemplo agora esse muro mais uma vez e percebo que girei sem sair do lugar. O que é realmente importante aquilo que você acredita ou aquilo que esperam de você? No final das contas, no amanhã que vai muito além de ser apenas outro dia, o que é que irá te trazer maior compensação? Eu sei que é a forma como você conseguiu cumprir todos os dois e ainda pode ser e dar felicidade.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

velha escola (bigorna)

Asfalto
O aço me mantém além
A fonte diferente me incomoda
Eu tenho métodos
Eu tenho medos
Eu digo o que vem sem nem pensar
Dói pra alguns, inclusive pra mim
Mas é o que eu acredito agora
Agora, talvez não mais amanhã
Eu digo a verdade
Não sou feito de convicções
O mundo é mutável, a natureza é mutável
O caos ainda reina
Ele esta além de nossa compreensão
Nós somos ratos que querem ordenar a vida
Tenha o controle, busque o controle
Se iluda se isso te fizer feliz de verdade
Mesmo que a sua vida seja uma mentira
A escolha é sua
A vida é sua
As pernas também
E o coração, esse talvez alguém lhe tome no caminho
Asfalto
Pedras, árvores, sol e um pouco de mim
Não confie sempre
Confie apenas todas ás vezes
Não se deixe levar
Seja levado mesmo que contra a sua vontade
Permita-se um pouco mais de si
Mesmo que esse si seja em outro(s)
Cale-se e ouça
Mas sempre que achar que deve, que precisar, que desejar, também diga
Não se renda
Não se deixe morrer pelo dinheiro, pelo status, pelo reconhecimento alheio
Você vale mais do que qualquer coisa
Menos apenas do que á aqueles a quem você da todo valor
Ainda assim, valorize quem não tem o que você tem de melhor na sua vida
Ajude
Mesmo que de uma forma que ninguém mais entenda, ou de uma forma que nem mesmo você seja capaz de entender
Asfalto
Asfalto não é algo natural
E você?
Quanto de você é mesmo natural?

eu não disse?

Não vou falar de mim. Não tenho tema, não tenho nenhuma motivação pra lhe dizer nada, pra me dizer nada. Não vou falar dos dias que se repetem, nem das vontades que eu carrego ou das certezas que a vida me deu. Eu não vou falar mais nada. Não vou inventar buscas, torcer amores, criar metáforas. Eu cansei de me sugar em busca de coisas pra dizer pras paredes, pra mim mesmo e pra todos sem exceção. Não vou falar e ponto final.