quinta-feira, 26 de novembro de 2009

tic-tac-tac-tac

Vou escapar, a vida me cobra um sacrifício novo a cada dia. Sou ruim de pagar, sou ruim de abrir mão de algo tão meu. O tempo se esvai rápido demais e a continuidade da minha existência me parece independente e alheia a qualquer sistema regrado. Se eu fosse acreditar nas profecias que ouvi, deixaria tudo pra trás cegamente, se alguns dos profetas que bateram na minha porta o tivessem feito logo após me anunciarem o fim, talvez eu tivesse razão pra crer em alguns deles.Todos tem medo demais de errar, medo de se arrepender do que fizeram mais do que de se arrepender do que não fizeram. Afinal de contas se até pros profetas apocalípticos existe manhã...

Meu amanhã se parece cada vez mais com um nunca mais. Algo que nunca vai me alcançar até o dia em que não mais exista. Pode parecer complexo, mas eu vejo assim agora e provavelmente vou ver assim também amanhã. O tempo me permite extrapolar as interpretações e dizer o que eu bem entenda, o tempo me permite dizer o que quem quiser entender. Vago mesmo, descoordenado e aleatório, mas no fundo no fundo, milimetricamente calculado.

O amanhã é apenas um fantasma agora, um fantasma que eu nem sei se existe de verdade, algo como uma força usada pra me manter com os pés no chão, uma gravidade temporal. Pra que a pressa? Se tiver que terminar aqui e agora que seja da maneira que é, pois ela é a única que há pra ser, o amanhã pode continuar existindo e permitindo milhões de possibilidades, cada uma delas dependente direta do agora, mas antes de hoje já existiu o ontem e nada vai mudar o ontem, pois apenas esse ontem de trouxe para esse agora. Então de agora em diante não se esquece de que hoje será ontem e amanhã será hoje e depois será também ontem. Tudo o que você tem de certo é o seu ontem, então faça ele bem feito, viva bem agora e amanhã.

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