sábado, 16 de abril de 2011

ver-se verso

As portas se fecharam, eu não encontro mais saída, eu não encontro mais ar. Onde foram parar todas as chaves? Um homem que não se expande. Um homem que aceita. Um homem que obedece. Um homem que silencia e nem sequer recebe qualquer reconhecimento de todos esses sacrifícios. Até quando?

Quando eram dezesseis as horas do dia, quando eram as tardes o tempo de um mundo, quando não havia ao que se reportar, nem ao que se dedicar. Quando nada tinha, se possuía muito mais que hoje. Eis a questão. Sacrifício.

Querer que toda beleza que existe em si exploda ao mundo em forma de qualquer coisa que seja capaz de deixar a voz falhar. Querer que tudo o que exige de si seja apenas questão de se manter ativo. Querer que as certezas destruam-se pelos improvisos de uma mente sem nenhuma lógica.

Você ainda pulsa, eu sinto. Você ainda sangra e eu vejo. Você ainda sente, mesmo que nem sequer perceba. Você que se amarra às correntes, você que se deixa afundar mais e mais e mais. Você que nunca diz chega. Que suporta como forma de se tornar indestrutível, você que se acaba pra que tudo possa seguir. Quem era você?

Verdades e mentiras

Segredos e descuidos

Vontades e incertezas

A dúvida

O poder e o querer

O certo, o errado

O que dói e o que satisfaz

Tudo o que se vê quando não é mais suficiente olhar só pra trás

Ver-se preso as mesmas vontades. O que foi e o que ficou? O que é e o que fui? O mesmo. Necessitar não ser sensato, necessitar poder soar dissonante, necessitar não ter a obrigação de estar certo. Necessitar liberdade. Quantas vezes foi apenas por sua vontade?

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