quarta-feira, 2 de setembro de 2009

caminho

Eu grito no silêncio da minha tevê
Eu sangro entre os dedos que manuseiam o controle remoto
Eu suplico a qualquer crença que me tire daqui
Que me faça voar
Que me isole de toda essa imensidão insana que me cerca
Eu perco os dentes enquanto escrevo textos
Enquanto mastigo meus próprios dedos no teclado do meu computador

Droga!
Que mundo é esse que não pulsa?!
Que mundo é esse que não pula?!
Que mundo é esse que não versa?!

Eu grito entre o latido dos cães na madrugada
Entre os ruídos de passos leves na cozinha
Entre o cigarro e mais uma cervejinha
Eu faço rimas bestas pro meu coração
Eu sito profecias profetizadas em vão
Eu surjo entre o que houver de mais mundano e sujo
Nas calçadas e nas avenidas
No concreto das igrejas que o homem ergueu em nome do Deus que lhe foi mais conveniente
Em nome do Deus que lhe foi mais convincente!

Merda!
Que porra é essa?!
Que bosta é essa?!
Que dor é essa?!

Esse é o meu caminho

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